A Grendene acaba de lançar uma rede de franquias próprias
especializada na venda dos sapatos e acessórios da marca Melissa, o Clube
Melissa.
As lojas são fruto de uma parceria com a Jelly, que já atuava no
segmento de franchise vendendo exclusivamente itens com a grife da
Grendene. A partir de agora, todos os
pontos de
venda da Jelly serão reformulados e passarão a adotar o novo nome.
O Clube Melissa chega ao mercado com 44 pontos de venda exclusivos
e previsão de lançamento de mais 21 unidades até o fim do ano. Até 2014, a meta
da empresa é inaugurar mais 156 novos endereços, contabilizando 200 lojas em
todo o Brasil.
A estratégia é transformar os pontos de venda em uma espécie de
clube para as “melisseiras”, como são chamadas as fãs da marca, e oferecer uma
série de produtos e serviços exclusivos para quem fizer parte do clube.
"Vamos construir a nossa base de associadas a partir de clientes das lojas
conceito e da operação online. A partir do ano que vem daremos início a um
programa de relacionamento com produtos e ações especiais para o clube",
diz o gerente da operação da Melissa, Paulo Pedó.
A Melissa já possui uma loja conceito da marca, a Galeria Melissa,
na Rua Oscar Freire, em São Paulo, mas decidiu lançar o modelo de franquias
para aumentar os pontos de venda e promover o seu conceito em cidades menores.
No Clube Melissa a consumidora vai encontrar todo o nosso portfólio de
produtos, hoje em torno de 60 modelos, o que vai promover uma nova experiência
de compra para ela, já que as lojas multimarcas normalmente compram modelos
específicos e não comercializam a coleção toda, diz Pedó.
Os associados da rede de lojas terão acesso a tiragens limitadas
de produtos da marca com cores e modelos exclusivos. A empresa também estuda a
oferta de serviços especiais, que podem incluir, por exemplo, a customização de
modelos. "Essa e uma tendência que já está acontecendo e temos alguns
projetos para o consumidor interferir mais no seu produto. Chegar ao consumidor
é um exercício a ser pensado para que tenhamos um projeto consistente que
permita a eles interferirem cada vez mais no produto", diz Pedó.
Os espaços também vão receber intervenções de arte, moda, cultura
e promover ações. Dessa forma, a empresa passa a se envolver e assumir cada vez
mais a dianteira de movimentos que nasciam espontaneamente na internet por
iniciativa dos fãs da marca, como os encontros de 'melisseiras' e bazares para
troca e sorteio de produtos.
Evolução
A própria Jelly nasceu por um acaso. A empresa é fruto da
iniciativa de um revendedor da Grendene no Rio de Janeiro, que em 2000 abriu
duas lojas - em Búzios e em Copacabana, na época chamadas MBR - nas quais
vendia exclusivamente sapatos Melissa. O projeto encabeçado pelo empresário
Ronaldo Viana chamou a atenção da Grendene, que havia acabado de reposicionar a
marca no mercado, lançando produtos com design e apelo fashion, e coleções que
seguem o calendário de moda.
Em 2005, a Melissa firmou parceria com a MBR, que passou a se
chamar Jelly, para transformar as lojas em franquias de sapatos, bolsas e
chaveiros da grife da Grendene. Viana foi autorizado a gerir a marca e
administrar a abertura de novas franquias e a Jelly virou uma espécie de
laboratório para a Melissa testar o modelo de negócio.
Há cerca de um ano e meio a Grendene se convenceu de que era hora
de colocar a sua marca nas lojas. "Percebemos que os shoppings estão cada
vez mais sendo ocupados por 'monomarcas' e que era importante capitalizar a
distribuição para as cidades onde existem shoppings centers", diz Pedó.
Com a decisão, a empresa assinou um memorando de entendimentos
para transformar a Jelly em máster franqueada do Clube Melissa, o que na
prática significa que Viana ficará focado apenas na logística e operação das
lojas. O marketing, a comunicação e o design dos espaços, antes comandados pela
Jelly, agora são de total responsabilidade da Grendene. "Considero essa uma evolução da nossa
parceria. A Jelly continua com as franquias, mas agora a Melissa é muito mais
dona da sua história e isso potencializa a comunicação com o consumidor",
diz Viana.
Por ser uma empresa de capital aberto, a Grendene não revela suas
projeções de venda e o retorno financeiro esperado com o lançamento da rede
franquias. Mas é certo que o Clube Melissa pode chegar ao mercado internacional
uma vez que o modelo seja consolidado no País. Hoje, além de uma loja conceito
em Nova York e de uma loja virtual para vendas no exterior, a Love Spot, a
marca já possui representantes com lojas exclusivas dos seus produtos em outros
países, como na China, por exemplo.
O investimento médio em uma loja Clube Melissa é estimado em R$
250 mil para um espaço de 40 metros quadrados, sem contabilizar o custo do
ponto comercial. A empresa cobra ainda R$ 45 mil de taxa de franquia e 2% de
taxa de publicidade. As melisseiras mais apaixonadas e com perfil empreendedor
podem até, quem sabe, ter sua própria loja da marca. "Queremos empresários
inovadores, que gostem de moda e sejam apaixonadas pelo negócios", diz
Pedó.
Fonte. Época Negócios
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