segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Texto - Com lançamento de franquias, Melissa quer aproximar-se do consumidor.



A Grendene acaba de lançar uma rede de franquias próprias especializada na venda dos sapatos e acessórios da marca Melissa, o Clube Melissa.

As lojas são fruto de uma parceria com a Jelly, que já atuava no segmento de franchise vendendo exclusivamente itens com a grife da Grendene.  A partir de agora, todos os pontos de
venda da Jelly serão reformulados e passarão a adotar o novo nome.

O Clube Melissa chega ao mercado com 44 pontos de venda exclusivos e previsão de lançamento de mais 21 unidades até o fim do ano. Até 2014, a meta da empresa é inaugurar mais 156 novos endereços, contabilizando 200 lojas em todo o Brasil.

A estratégia é transformar os pontos de venda em uma espécie de clube para as “melisseiras”, como são chamadas as fãs da marca, e oferecer uma série de produtos e serviços exclusivos para quem fizer parte do clube. "Vamos construir a nossa base de associadas a partir de clientes das lojas conceito e da operação online. A partir do ano que vem daremos início a um programa de relacionamento com produtos e ações especiais para o clube", diz o gerente da operação da Melissa, Paulo Pedó.

A Melissa já possui uma loja conceito da marca, a Galeria Melissa, na Rua Oscar Freire, em São Paulo, mas decidiu lançar o modelo de franquias para aumentar os pontos de venda e promover o seu conceito em cidades menores. No Clube Melissa a consumidora vai encontrar todo o nosso portfólio de produtos, hoje em torno de 60 modelos, o que vai promover uma nova experiência de compra para ela, já que as lojas multimarcas normalmente compram modelos específicos e não comercializam a coleção toda, diz Pedó.

Os associados da rede de lojas terão acesso a tiragens limitadas de produtos da marca com cores e modelos exclusivos. A empresa também estuda a oferta de serviços especiais, que podem incluir, por exemplo, a customização de modelos. "Essa e uma tendência que já está acontecendo e temos alguns projetos para o consumidor interferir mais no seu produto. Chegar ao consumidor é um exercício a ser pensado para que tenhamos um projeto consistente que permita a eles interferirem cada vez mais no produto", diz Pedó.

Os espaços também vão receber intervenções de arte, moda, cultura e promover ações. Dessa forma, a empresa passa a se envolver e assumir cada vez mais a dianteira de movimentos que nasciam espontaneamente na internet por iniciativa dos fãs da marca, como os encontros de 'melisseiras' e bazares para troca e sorteio de produtos.

Evolução

A própria Jelly nasceu por um acaso. A empresa é fruto da iniciativa de um revendedor da Grendene no Rio de Janeiro, que em 2000 abriu duas lojas - em Búzios e em Copacabana, na época chamadas MBR - nas quais vendia exclusivamente sapatos Melissa. O projeto encabeçado pelo empresário Ronaldo Viana chamou a atenção da Grendene, que havia acabado de reposicionar a marca no mercado, lançando produtos com design e apelo fashion, e coleções que seguem o calendário de moda.

Em 2005, a Melissa firmou parceria com a MBR, que passou a se chamar Jelly, para transformar as lojas em franquias de sapatos, bolsas e chaveiros da grife da Grendene. Viana foi autorizado a gerir a marca e administrar a abertura de novas franquias e a Jelly virou uma espécie de laboratório para a Melissa testar o modelo de negócio.

Há cerca de um ano e meio a Grendene se convenceu de que era hora de colocar a sua marca nas lojas. "Percebemos que os shoppings estão cada vez mais sendo ocupados por 'monomarcas' e que era importante capitalizar a distribuição para as cidades onde existem shoppings centers", diz Pedó.

Com a decisão, a empresa assinou um memorando de entendimentos para transformar a Jelly em máster franqueada do Clube Melissa, o que na prática significa que Viana ficará focado apenas na logística e operação das lojas. O marketing, a comunicação e o design dos espaços, antes comandados pela Jelly, agora são de total responsabilidade da Grendene.  "Considero essa uma evolução da nossa parceria. A Jelly continua com as franquias, mas agora a Melissa é muito mais dona da sua história e isso potencializa a comunicação com o consumidor", diz Viana.

Por ser uma empresa de capital aberto, a Grendene não revela suas projeções de venda e o retorno financeiro esperado com o lançamento da rede franquias. Mas é certo que o Clube Melissa pode chegar ao mercado internacional uma vez que o modelo seja consolidado no País. Hoje, além de uma loja conceito em Nova York e de uma loja virtual para vendas no exterior, a Love Spot, a marca já possui representantes com lojas exclusivas dos seus produtos em outros países, como na China, por exemplo.

O investimento médio em uma loja Clube Melissa é estimado em R$ 250 mil para um espaço de 40 metros quadrados, sem contabilizar o custo do ponto comercial. A empresa cobra ainda R$ 45 mil de taxa de franquia e 2% de taxa de publicidade. As melisseiras mais apaixonadas e com perfil empreendedor podem até, quem sabe, ter sua própria loja da marca. "Queremos empresários inovadores, que gostem de moda e sejam apaixonadas pelo negócios", diz Pedó.

Fonte. Época Negócios

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