Indispensável no guarda roupa feminino, os
sapatos de salto alto dão um ar sofisticado a qualquer produção, modelam a
silhueta e atraem os olhares masculinos. Mas o uso frequente deste acessório
pode ser mais prejudicial do que se pensa.
Segundo a fisioterapeuta Mariana Maia
Vasconcelos, os problemas ocasionados pelo uso do salto começam com a ditadura
da moda. O uso constante do salto por crianças e adolescentes que ainda estão
em fase de
desenvolvimento é um grande agravante. Até os 20 anos, principalmente
na etapa que vai dos 7 aos 14 anos, é a fase em que as deformidades ósseas se
desenvolvem. Por isso, o uso do salto alto só deve ser feito após esta faixa
etária, explica.
Já as consequências para mulheres que
desfrutam desta opção de maneira excessiva, englobam alterações posturais, que
ocorrem em função do deslocamento do centro de gravidade causando um aumento de
sobrecarga na parte anterior do pé, além de aumento da curvatura da lombar com
diminuição do movimento de pelve ântero-posterior e aumento da flexão do
joelho, que gera passos mais curtos e em menor velocidade, com oscilação do
equilíbrio do pé.
Nesta posição, a musculatura posterior da
perna estará encurtada gerando uma força menor de contração, o que contribui
para uma maior incidência de entorses e fraturas de tornozelo e pé, além de,
com o tendão de Aquiles encurtado, habituado com a retração, pode surgir à
tendinite. Os principais sintomas são a dor e a dificuldade para andar
descalça”, analisa Mariana.
A fisioterapeuta ressalta ainda que a
mobilidade do tornozelo é fator essencial para a atuação eficiente da bomba
muscular da panturrilha, que tem como objetivo elevar o corpo na ponta dos pés,
impulsionando-o. Aparentemente, o salto alto limita esse movimento de forma
significativa, diminuindo a ação da bomba. Quanto mais alto o salto, mais esse
fenômeno é notado. Com isso, o retorno do sangue também diminui, devido a uma
menor contração muscular da panturrilha, podendo causar problemas vasculares.
Além disso, o uso contínuo do salto alto pode
causar dores na coluna, joelhos e calcanhar, e também desenvolver quadro de
fasceite plantar, esporão de calcâneo, já que o salto não possui proteção
contra o impacto do pé no chão
Mas, não é preciso evitar completamente o uso
de salto alto para se precaver de problemas de saúde. Para amenizá-los, Mariana
Maia Vasconcelos aconselha saltos com até 5cm e de preferência os mais grossos,
que proporcionam uma melhor distribuição de cargas, com plataforma na parte da
frente, fator que contribui para a não sobrecarga dos metatarsos, ossos longos
que formam o prolongamento anterior do pé, e que articulam-se isoladamente com
cada um dos cinco dedos.
Fonte. Uol
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